BP ULTIMATE RALLY-RAID PORTUGAL 2024
Publicado em 7 de Abril, 2024
DIA 1
A beleza e a seletividade dos percursos do Alentejo continuam a surpreender as equipas do bp Ultimate Rally-Raid Portugal, que recolhe elogios dos pilotos do Campeonato do Mundo de Rally-Raid (W2RC). Desportivamente, a segunda etapa fica marcada pela ascensão do bicampeão mundial Nasser Al-Attiyah (Prodrive) à liderança entre os automóveis, pela subida ao quarto lugar da classificação geral do português João Ferreira e pela vitória do luso-alemão Sebastien Bühler nas motos. Amanhã, as equipas têm pela frente a mais longa etapa da prova, com passagem pelas regiões do Ribatejo, Alto Alentejo e Estremadura espanhola.
O segundo dia competitivo do bp Ultimate Rally-Raid Portugal foi marcado por uma luta frenética na frente da corrida, com os pisos lamacentos e extremamente escorregadios a causarem dificuldades suplementares às equipas das diferentes categorias.
Com a vitória na etapa de hoje, Nasser Al-Attiyah e o navegador francês Edouard Boulanger são os novos líderes da prova do Automóvel Club de Portugal. Um resultado que lhes vale mais cinco pontos no W2RC e a aproximação a Carlos Sainz, que lidera o campeonato, após a vitória no Dakar. "É bom ganhar a etapa. Estamos contentes, mas até fomos um pouco cautelosos, por se tratar de uma corrida nova para todos, onde é fácil cometer erros. Temos de ir etapa a etapa e acumular pontos todos os dias para o campeonato", sublinhou o piloto do Catar, que começou a prova a nove pontos de Sainz, estando agora a sete.
Já Sébastien Loeb foi igual a si próprio. Apesar de se estrear aos comandos do Taurus T3 Max da categoria Challenger, o francês ficou a escassos 35 segundos da vitória na etapa. O duplo vencedor do WRC Rally de Portugal começou a etapa no 27º lugar na estrada e ultrapassou todos os rivais na categoria Challenger. "Estivemos sempre ao ataque. Fizemos o nosso melhor com este carro. Foi mesmo tudo ao máximo. Não era possível fazer muito mais", afirmou Loeb, que ascendeu ao quinto lugar da geral e primeiro da categoria.
Aos comandos de uma Toyota Hilux, Yazeed Al-Rajhi e Timo Gottschalk estabeleceram o terceiro melhor tempo do Setor Seletivo, um resultado que lhes permitiu manter o segundo lugar da classificação geral. "Passámos a 'abrir' a estrada depois do acidente do (Guerlain) Chicherit, por volta do km 30. Não foi fácil, mas fizemos o nosso melhor e o Timo (Gottschalk) fez um ótimo trabalho", disse o piloto saudita.
Em excelente plano esteve a dupla João Ferreira/Filipe Palmeiro. Aos comandos de um MINI JCW Rally Plus, não apenas foi a melhor equipa portuguesa, com o quarto lugar no setor seletivo, como também subiu à quarta posição da geral, a 1m46s da liderança. "Foi um dia difícil. A primeira parte da especial estava muito escorregadia e com muita lama. Depois da neutralização, na segunda parte, o piso estava mais seco e pudemos divertir-nos mais. Quarto lugar na geral, para já. Não me parece mau", apontou o jovem piloto de Leiria, que venceu também a prova do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno, cujas pontuações foram atribuídas no final da etapa de hoje.
Quem também continua a ter aspirações à vitória é Carlos Sainz, noutro MINI JCW Rally Plus da X-Raid. O quatro vezes vencedor do Dakar foi o quinto mais rápido do dia e ocupa o terceiro lugar da geral: "Correu tudo bem. O carro está impecável e a etapa era bastante técnica, com partes lamacentas e estreitas - típicas de Portugal."
Em bom plano esteve João Ramos, com o piloto da Hilux a ser o oitavo mais rápido do dia.
O jovem sul-africano Saood Variawa, de apenas 18 anos, chegou a ser a surpresa do dia, colocando a sua Toyota na frente da prova do W2RC, mas a sua alegria durou pouco pois sofreu uma penalização de 30 minutos no final da etapa.
Entre os portugueses, no final da segunda etapa, há mais destaques: João Dias é o sétimo classificado da geral e o segundo da categoria Challenger, a 3m54s de Loeb; Alexandre Pinto é o terceiro entre os Challenger e o nono da geral; Armindo Araújo ocupa a 13ª posição absoluta, imediatamente à frente de João Ramos.
Já João Monteiro continuou a liderar entre os SSV, apesar da vitória na etapa ter sido para o líder da categoria do W2RC, Yasir Seaidan. O saudita tem 2m10s de desvantagem para Monteiro.
Um dia que também fica marcado pela desistência de duas Toyota Hilux T1+ candidatas à vitória do bp Ultimate Rally-Raid Portugal: o líder da primeira etapa, Guerlain Chicherit, não evitou um acidente no início do Setor Seletivo e apesar de ainda ter prosseguido em prova, foi obrigado a desistir por problemas mecânicos resultantes do excesso; a mesma sorte teve o colega de equipa Guillaume de Mévius, devido a um despiste ao km 48.
Bühler ganha a etapa e ataca a liderança de Schareina
O luso-alemão Sebastian Bühler foi o grande herói das motos na segunda etapa do bp Ultimate Rally-Raid Portugal, uma boa parte percorrida na região onde reside. O piloto da Hero foi o mais rápido no setor seletivo de 166,29 km, estreou-se a ganhar etapas no Mundial de Rally-Raid (averbando por isso cinco pontos) e com isso reduziu para 2m56s a desvantagem para o líder da classificação geral, o espanhol Tosha Schareina, da Honda.
Bühler começou o dia com uma desvantagem de 5m35s, depois de quatro minutos de penalização terem sido adicionados ao seu tempo na quarta-feira à noite: "Senti-me bem ao longo de toda a etapa. Havia muita água na estrada antes da zona de reabastecimento, mas tentei ser rápido, sem deixar de ter alguns cuidados com a moto, porque nas zonas rápidas o risco é enorme. Depois disso, a especial fluiu e estou muito contente com este resultado", disse Bühler.
O francês Adrien Van Beveren (Honda) foi o segundo mais rápido do dia, a 1m09s de Bühler: "Estou a gostar muito desta prova. Adoro correr em Portugal, adoro este tipo de terrenos, são completamente diferentes do que estamos habituados no deserto. É um percurso técnico e que exige muita concentração nas passagens de água. Seria difícil bater o Sebastian Bühler aqui, porque estamos a correr no 'jardim' dele. Mas fico contente por ele e vou continuar a dar o meu máximo."
Brilhante foi a atuação do ex-campeão nacional Bruno Santos, autor do terceiro melhor tempo, mas também o primeiro da categoria Rally2 e o melhor português. "Foi um excelente dia para mim. Senti-me muito confortável e estive sempre com um bom ritmo. O percurso era traiçoeiro, com algumas zonas muito escorregadias, mas como estamos no nosso país, podemos atacar com mais confiança", afirmou o piloto da Husqvarna.
O sul-africano, Bradley Cox (KTM) foi o quarto mais rápido do dia e o segundo entre os Rally2, seguido do americano Skyler Howes (Honda) e de Tosha Schareina (Honda) que correu a etapa com uma cinta de pulso no braço esquerdo, como proteção contra quaisquer repercussões da fratura que sofreu na primeira etapa do Dakar deste ano. O espanhol manteve a liderança da classificação geral, com 2m56s para Sebastian Bühler.
Oitavo classificado na etapa de hoje, António Maio (Yamaha) foi relegado da quarta para a quinta posição da geral, a 4m51s do líder
Uma referência para Harith Noah, vencedor da classe Rally2 no recente Rali Dakar, mas que ficou parado ao km 48 com problemas de embraiagem. O piloto da Sherco tinha começado o dia no 6º lugar do Rally2.
O português Gonçalo Amaral (Honda) ocupa o 16º lugar da geral e a liderança da categoria Rally3.
DIA 2
Nos carros, o cinco vezes vencedor do Dakar, Nasser Al-Attiyah (Prodrive) e, nas motos, o espanhol Tosha Schareina (Honda) reforçaram, hoje, as lideranças no bp Ultimate Rally-Raid Portugal. Em excelente plano voltaram a estar os portugueses João Ferreira (Mini) e António Maio (Yamaha), que ascenderam ao segundo e terceiro lugares da classificação geral, respetivamente, nos carros e nas motos. A etapa de hoje foi a mais longa daquela que é a terceira prova do calendário do Campeonato do Mundo de Rally-Raid (W2RC). Depois do Alentejo e do Ribatejo, amanhã as equipas têm pela frente um setor seletivo disputado na Estremadura espanhola.
Ao fim de três dias de prova e de mais de 600 quilómetros de percurso disputados ao cronómetro, o bp Ultimate Rally-Raid Portugal continua animado na discussão dos lugares cimeiros.
Depois de uma etapa-maratona com 742 quilómetros, 282 dos quais disputados ao cronómetro, a dupla Nasser Al-Attiyah/Edouard Boulanger (Prodrive Hunter) aumentou para 4m39s a liderança entre os carros.
O piloto do Qatar repetiu a vitória da véspera, ganhou cinco pontos adicionais no W2RC e beneficiou da queda na classificação do seu rival mais próximo, Yazeed Al-Rajhi (Toyota), que sofreu um aparatoso capotanço e foi relegado para o nono lugar da geral.
Nasser Al-Attiyah afirmou: "Não foi fácil. Na fase inicial o motor falhou nas passagens de água e tivemos de parar durante cerca de dois minutos. Depois atacámos para recuperar o tempo perdido, mas foi uma especial foi muito, muito difícil. Aliás, nunca tinha feito uma igual. Temos de gerir etapa a etapa. Amanhã, também não vai ser fácil, mas vamos tentar continuar assim."
Rokas Baciuška foi um dos heróis do dia. O lituano foi o segundo mais rápido da etapa e ascendeu ao quinto lugar da classificação geral, mas mais importante do que isso, subiu à liderança da categoria Challenger. O piloto do Can-Am também ganhou quatro pontos de bónus no W2RC pelo seu desempenho na etapa de hoje.
Luís Portela Morais (G Rally Team) foi o terceiro mais rápido do dia, mas o piloto português admitiu no final: "Não sei se não vou sofrer uma penalização por excesso de velocidade numa zona controlada, vamos ver. Globalmente a etapa correu muito bem, dura mas divertida".
A dupla João Ferreira/Filipe Palmeiro (Mini) voltou a estar em excelente plano, ao estabelecer o quinto melhor tempo do dia. "Super, super difícil. Uma etapa muito longa e com condições muito difíceis. Tentámos não atacar para chegar ao fim sem danificar muito o carro, porque ainda há muita corrida pela frente. A estratégia funcionou, mas não foi nada fácil", confidenciou o piloto de Leiria.
Menos sorte teve o colega de equipa, o veterano Carlos Sainz. Para além de ter terminado a etapa sem capot, ainda sofreu uma penalização de 2m10 que o relegou para a quarta posição da geral. "Foi um dia muito difícil. Ficámos sem limpa para-brisas e não conseguia ver nada", disse o espanhol, líder do W2RC após a vitória no último Dakar.
O brasileiro Lucas Moraes (Toyota) chegou a liderar a etapa, mas "um furo a 60 km do final fez-nos perder preciosos minutos. Estávamos a atacar, porque para acompanhar o Nasser temos mesmo de atacar, mas nem sequer sei onde é que furei". Mesmo assim, subiu ao terceiro lugar da geral.
Armindo Araújo também esteve a um bom nível, subindo para sétimo da classificação geral – segundo entre os Challenger, embora a 6m07s de Baciuška.
Quanto aos mais azarados do dia… Sébastien Loeb (Taurus), perdeu quase uma hora devido a problemas mecânicos; João Dias (Can-Am) foi relegado para o 38º lugar; Guerlain Chicherit (Toyota) desistiu pelo segundo dia consecutivo, terminando assim a sua aventura na prova do ACP; Cristina Gutiérrez (Taurus) e Miguel Barbosa (Taurus) também já não regressam à estrada; Vaidotas Zala e o português Paulo Fiúza (Mini) pararam a 18 km do final, devido a problemas de motor; e também o líder da categoria SSV do W2RC, Yasir Seaidan, foi obrigado a desistir no início da etapa.
Espanhol Schareina aguenta pressão do luso-alemão Bühler
O espanhol Tosha Schareina (Honda) e o luso-alemão Sebastien Bühler (Hero) voltaram a protagonizar uma espetacular luta pela vitória na etapa das motos, como confirmam os 44 segundos de diferença entre ambos depois 282 quilómetros cronometrados.
"Como fui o sexto a partir, tive uma boa posição na 'pista'. A primeira parte foi muito rápida e os portugueses andaram a fundo. Na segunda parte da especial tentei atacar e consegui ganhar a etapa. Amanhã, vamos ter mais dificuldades a abrir a estrada, mas vamos manter a calma", sublinhou Schareina, que aumentou para 3m40s a vantagem para o segundo da classificação geral.
Já Bühler também estava satisfeito com a performance: "Foi uma etapa mesmo dura. No início muito rápida, mas depois com a navegação na zona montanhosa, não foi nada fácil abrir a estrada. Acho que perdi algum tempo aí, mas depois ataquei até ao final, pelo que acabou por ser uma boa etapa."
O português Bruno Santos (Husqvarna) efetuou o terceiro tempo mais rápido do dia e ocupa o último lugar do pódio provisório. "Uma etapa louca! Uma mistura incrível de terrenos, estradões muito rápidos e depois uma zona de montanha, estreita e com muita navegação. Diverti-me imenso", afirmou o ex-campeão nacional.
Adrien Van Beveren colocou mais uma Honda oficial no top 4 da etapa, logo na frente de António Maio (Yamaha), que sofreu uma penalização de seis minutos. O campeão nacional e militar da GNR está no quarto lugar da geral das motos.
Gonçalo Amaral (Honda), por outro lado, reforçou a liderança na categoria Rally3, estando na frente do seu irmão, Salvador Amaral (Honda). O argentino Manuel Andújar (Yamaha), vencedor do Dakar nos Quads, continua a dominar a competição dos quadriciclos.
Integralmente disputada, em Espanha, na região da Estremadura, a etapa de amanhã (sábado) é percorrida em pisos, teoricamente, mais duros do que os que foram percorridos nos três primeiros dias do bp Ultimate Rally-Raid Portugal. A localidade de Villa Franca de Los Barros, a sul de Badajoz, recebe o final do setor cronometrado de 253 quilómetros, com os concorrentes a rumarem, em ligação, para o Bivouac localizado em Grândola.
DIA 3
O motard português António Maio foi o grande herói da penúltima etapa do bp Ultimate Rally-Raid Portugal, a terceira prova do calendário do Campeonato do Mundo de Rally-Raid. Totalmente disputada na Estremadura espanhola, a especial terminou com João Ferreira a aproximar-se do líder e cinco vezes vencedor do Dakar, Nasser Al-Attiyah, que ainda assim parte para os arenosos 100 quilómetros da derradeira etapa em boa posição para assegurar a vitória. Tosha Schareina também continua líder nas motos.
Amanhã, os concelhos de Grândola e de Alcácer do Sal prometem ser invadidos por uma multidão de entusiastas. É a derradeira oportunidade para verem muitas das estrelas que têm feito a história mais recente do Dakar, como Carlos Sainz, Nasser Al-Attiyah, Sébastien Loeb, nos carros, ou Ross Branch, Adrien van Beveren, Pablo Quintanilla, Skyler Howes, nas motos; ou ainda portugueses como João Ferreira, Armindo Araújo, António Maio e Bruno Santos, que têm rivalizado com os melhores do mundo.
Hoje, a penúltima etapa da prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal (ACP) foi cumprida do outro lado da fronteira. Um percurso de 208 quilómetros cronometrados, desenhado a sul da cidade espanhola de Badajoz.
João Ferreira a 2m41s de Nasser Al-Attiyah. Pódio em aberto
À partida da derradeira etapa e quase 1.000 quilómetros ao cronómetro depois, escassos 2m41s separam Nasser Al-Attiyah (Prodrive) de João Ferreira (Mini), os dois primeiros classificados da classificação. Hoje, o português foi o quinto mais rápido da especial, recuperando 1m58s ao piloto do Catar. "Conseguimos imprimir um ritmo forte e ganhar tempo ao Nasser, que é o nosso adversário direto. Por outro lado, a vantagem que temos para o Carlos não é nada... porque é o Carlos Sainz! Mas estou muito contente", resumiu o leiriense.
Já Nasser Al-Attiyah, o oitavo mais rápido do dia, admitiu: "Abrimos a estrada e tentámos não perder muito tempo. Por isso, foi um dia OK e estamos satisfeitos por terminar a etapa sem problemas. Vamos ver como será amanhã."
Com o quarto melhor do tempo, Carlos Sainz ascendeu ao derradeiro lugar do pódio, a escassos 59 segundos do colega de equipa da Mini, João Ferreira. O espanhol, bicampeão do mundo de ralis e quatro vezes vencedor do Dakar, afirmou "Foi um bom dia. Atacámos o máximo que era possível."
Uma excelente luta em perspetiva, também com a companhia de Lucas Moraes. O brasileiro parte para a derradeira etapa de amanhã a apenas oito segundos de Sainz. Hoje, o piloto da Toyota reconheceu: "Especial bem legal, com menos água. Deu para andar bem. Claro que estamos na disputa pelo top 3 da geral, portanto não dá para exagerar. Vamos lá acelerar amanhã!"
Sem hipóteses de lutar por um lugar no pódio, Yazeed Al-Rajhi ocupa o 5º lugar da geral, tendo hoje somado importantes pontos para o W2RC, com a vitória na etapa. "Andámos 40 quilómetros a tentar ultrapassar outro piloto, que nunca facilitou a manobra. Quando finalmente conseguimos, aumentámos o ritmo e conseguimos ganhar a especial."
Entre os Challenger, nova vitória de Rokas Baciuška, com o lituano a beneficiar de uma penalização de 5 minutos atribuída a Ghislain de Mévius. O piloto do Can-Am é o atual sexto classificado da geral e o líder da categoria, perseguido pelos portugueses Armindo Araújo e Ricardo Porém, ambos em Can-Am.
O jovem sul-africano Saood Variawa (Toyota) foi um dos primeiros a marcar o ritmo na categoria Ultimate, mas foi penalizado por três infrações por excesso de velocidade no terceiro dia. Os Comissários Desportivos decidiram impor uma penalização de duas horas e uma desclassificação suspensa, desde que não houvesse mais infrações, mas o sul-africano decidiu abandonar antes da partida, na sequência de problemas mecânicos.
Já João Monteiro aumentou a liderança nos SSV e manteve o 14º lugar da geral. Ainda na categoria, referência para os pilotos inscritos em W2RC, com o espanhol Ricardo Ramilo a continuar a ocupar o segundo lugar e a liderança no W2RC, depois dos problemas técnicos do líder do campeonato, Yasir Seaidan, na sexta-feira.
Vitória do português António Maio e Tosha Schareina reforça liderança
Nas motos, António Maio (Yamaha) estreou-se a vencer numa etapa do W2RC e tornou-se no primeiro português a vencer uma etapa do bp Ultimate Rally-Raid Portugal. O militar da GNR assumiu a liderança nos derradeiros quilómetros da especial, triunfando com 28 segundos de vantagem para o francês Adrien van Beveren. "Adorei o percurso. Nunca tinha andado em Espanha, mas foi uma etapa fantástica, rápida e escorregadia, ao meu gosto. Fiz uma boa escolha de pneus, andei sempre rápido, sem correr riscos e não cometi erros." Uma vitória importante também para a Yamaha, que não vencia uma etapa desde o Abu Dhabi Desert Challenge, em 2021, por intermédio de Adrien van Beveren.
Mas se António Maio foi o herói do penúltimo dia da prova do Campeonato do Mundo de Rally-Raid, Tosha Schareina (Honda) foi o grande beneficiado da etapa. Apesar de ter sido o quinto mais rápido do setor seletivo, o espanhol aumentou para 4m33s a vantagem para o segundo classificado, que lhe permite encarar o dia de amanhã com relativa tranquilidade. "No início foi muito bom. Nos primeiros 100 km estávamos a liderar, mas depois disso, os pneus ficaram completamente destruídos e limitei-me a sobreviver nos últimos 150 km!"
O português Bruno Santos (Huskvarna) voltou a estar em evidência: estabeleceu o terceiro melhor tempo, conservou idêntica posição à geral e, mais importante do que isso, reforçou a liderança entre os Rally2. "Acho que ninguém estava à espera de um terreno tão abrasivo porque ao final de 100 km já não tínhamos 'pneu' traseiro. Acho que fiz uma boa segunda parte da etapa, que era mais ao meu estilo."
O americano Skyler Howes (Honda) foi o quarto mais rápido do dia, à frente de Tosha Schareina (Honda), Bradley Cox (KTM) e de Sebastian Bühler (Hero), que manteve a vice-liderança entre as motos. "Foi uma etapa difícil, porque ao fim de 100 quilómetros os pneus estavam praticamente acabados. Tive de gerir bem a mousse dos pneus para conseguir terminar. Em alguns pontos, foi quase como um passeio de domingo", sublinhou o luso-alemão.
Entre os Rally3, Gonçalo Amaral (Honda) voltou a impor-se à concorrência, reforçando a liderança da categoria.